Uma das maiores cooperativas de produção de peixes do Brasil, a C-Vale tem um grande projeto de expansão de sua área de atuação, que inclui colocar Umuarama como um centro de piscicultura. A proposta foi apresentada ao prefeito Celso Pozzobom e ao secretário municipal de Agricultura, João Megda, na manhã desta quinta-feira (27) pelo diretor de expansão da empresa, Jeferson Firmino, que falou sobre as vantagens da integração entre produtor e indústria.
Firmino comentou que o Noroeste é visto pela C-Vale como uma nova fronteira para a piscicultura. “A piscicultura é o futuro e a integração é o caminho que o segmento está tomando para aumentarmos a produção em larga escala. É a fórmula que tem mostrado maior eficiência porque favorece a ambas as partes [cooperativa e produtor]”, observou.
A inclusão de Umuarama na rota da piscicultura da C-Vale só foi possível após a ampliação de 60 km para 100 km o raio de atuação da cooperativa. “Nesse modelo de ação, a C. Vale fornece os alevinos, ração, assistência técnica, faz a despesca, ou seja, a retirada dos peixes, a industrialização e a comercialização. O produtor entra com os tanques e o manejo. O compromisso é de parte a parte. O produtor fornece para a cooperativa e a cooperativa se compromete em adquirir a produção”, detalhou.
O diretor acrescentou que a C-Vale está ampliando a produção gradualmente e a velocidade desse aumento depende do interesse do produtor em ampliar a atividade e também do consumidor. “O aumento da produção depende, em grande parte, da disponibilidade de recursos para os produtores investirem na construção de tanques (açudes) e equipamentos. No caso do consumo, precisamos de campanhas ao consumidor destacando os benefícios da carne de peixe à saúde e isso é algo incontestável”, pontuou.
João Megda comentou que os últimos dados disponíveis no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o Paraná lidera com ampla margem a produção nacional de carne de peixe. “As informações mais recentes demonstram que o setor de piscicultura paranaense atingiu 144,9 mil toneladas em 2021, o equivalente a 25,9% da produção nacional, que totalizou 559 mil toneladas. É o único estado com três dígitos nesse volume. Em sequência estão São Paulo, Rondônia e Santa Catarina”, revelou.
O secretário disse ainda que a administração municipal tem interesse em fazer parte deste projeto, que pode transformar a realidade econômica dos produtores rurais, principalmente aqueles da agricultura familiar. “Dentro de estudos e análises de projetos, a prefeitura pode oferecer certos serviços, como terraplenagem, horas máquina para construção dos tanques, consultorias para a implementação do projeto e acompanhamento técnico. Nosso próximo passo agora será reunir produtores interessados em investir nesse mercado promissor”, afirmou.