Lançada em 2019 pela Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, a Rota dos Pioneiros, que começa no Parque Estadual do Morro do Diabo (SP) e termina no Lago de Itaipu (PR), passa por diversos municípios do Noroeste do estado, acompanhando as margens do Rio Paraná. Na região o percurso inclui Terra Rica, Diamante do Norte, Marilena, São Pedro do Paraná, Querência do Norte, Icaraíma e Altônia.
O roteiro oferece oportunidades para empreendedores na área do turismo, com espaço para negócios de hospedagem, chalés, camping, restaurantes, aluguel de caiaques e serviços de guia turístico e pontos de apoio, entre outros.
“A trilha Rota dos Pioneiros possui trechos aquáticos e terrestres compondo um atrativo turístico que agrega valor à própria cadeia e a região”, destaca a consultora do Sebrae/PR, Narliane Melo Martins.
A consultora projeta que é possível explorar o potencial da região para além das prainhas naturais, como o turismo de aventura, por exemplo. “Com o objetivo de converter esse potencial em desenvolvimento local e geração de renda, estamos desenvolvendo parcerias com as prefeituras e instituições da região para integrar esforços e explorar novos produtos turísticos”, comenta.
O turismo de aventura e de natureza são tendências na busca por destinos sem aglomerações e de bem-estar. Na Rota dos Pioneiros essa modalidade possibilita conexão com a natureza e descanso próximo de casa. Narliane ressalta que esse tipo de passeio pode ser feito em um fim de semana, por isso, os turistas não dependem de feriados ou férias para se programar.
“Esse é o momento de aproveitar para fazer negócios alinhados com a proposta da Rota, de promover o turismo sustentável. Existe uma série de equipamentos de turismo, mas há espaço para investimentos. Trata-se de uma fonte muito promissora para diversificar a economia dos municípios da região”, ressalta a consultora.
O secretário geral da Rede Brasileira de Trilhas, Erick Caldas Xavier, explica que existe uma demanda de pessoas interessadas em conhecer a rota, mas para atender esse púbico, os próximos passos são o envolvimento de empresas e do poder público.
“Os voluntários da trilha acreditam que ações precisam ocorrer em paralelo. Faltam empresas que operem serviços que deem condições para as pessoas fazerem suas atividades, e o poder público pode contribuir com infraestrutura mínima em seus portos, com pia, quiosque e chuveiro quente, por exemplo”, diz Xavier. Ele acrescenta que hoje a maioria das pessoas que percorrem a trilha já praticam caiaquismo e que o objetivo é atrair esses e outros turistas para novos trechos.
A Rota
Turismo para quem quer navegar, fazer trilhas de bicicleta ou a pé, a Rota dos Pioneiros conta a história do Rio Paraná e da ocupação do território paranaense. O grande atrativo são os cerca de 300 quilômetros do último trecho de águas correntes do Rio Paraná, parte não represada pelos reservatórios das hidrelétricas e que possibilita passeios de caiaque, que promovem a experiência de conhecer por meio da navegação um pouco da história, desde os indígenas à colonização recente.
O caminho inclui centenas de trilhas, praias naturais de água doce e cristalina, lagos, corredores de biodiversidade que permitem o trânsito de animais e paisagem que mescla biomas distintos.