Um aumento de casos de coqueluche está sendo observado no mundo inteiro – principalmente em 17 países da União Europeia. No Brasil houve um pico epidêmico em 2014 (com mais de 3 mil ocorrências) e depois uma queda considerável. Porém, até o final de maio deste ano, só no Paraná já foram confirmados 26 casos, todos em crianças menores de um ano de idade, a maioria sem tomar a vacina dTpa (também chamada de tríplice bacteriana acelular tipo adulto).
Segundo o secretário municipal de Saúde, Edson dos Santos Souza, de todos os casos de coqueluche no Estado, nenhum deles foi registrado na 12ª Regional em Umuarama, porém, diante da possibilidade de que a doença cheque e se espalhe no município e na região, algumas ações já estão sendo programadas pela Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa). “A prevenção da coqueluche, popularmente chamada de ‘tosse comprida’, está diretamente relacionada à vacinação, uma das intervenções mais seguras e efetivas para proteção individual e imunidade coletiva. O grupo de maior risco de morbimortalidade são os menores de 1 ano de idade e as gestantes, assim formam um dos grupos prioritários para a imunização”, comenta.
A coordenadora da Covisa, Maristela de Azevedo Ribeiro, detalha que a dTpa imuniza contra a difteria, o tétano e a coqueluche, que são doenças graves e se configuram como importantes problemas de saúde pública. Assim como alertávamos no auge da pandemia de coronavírus, devemos considerar que a efetividade das vacinações está condicionada a elevadas coberturas e à igualdade do acesso às vacinas. São doenças imunopreveníveis e estão disponíveis e com disponibilidades de vacinas no Sistema Único de Saúde (SUS), em Umuarama nas unidades de saúde”, observa.
Vacinação ampliada
A chefe de Vigilância Epidemiológica, Priscila Odete Jardim Baraviera, também reforça a importância da vacinação contra a coqueluche. “O Programa Nacional de Imunização (PNI), que o Ministério da Saúde acaba de divulgar, amplia a indicação de uso da vacina dTpa tanto para menores de um aninho, gestantes e puérperas, quanto para os trabalhadores da saúde”, esclarece.
O imunizante é recomendado para os profissionais que atuam nos serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com atendimento em ginecologia e obstetrícia, parto e pós-parto, unidades de terapia intensiva (UTI) e unidades de cuidados intensivos (UCI) neonatal, berçários e áreas da pediatria. “Estima-se que 1 pessoa com coqueluche, pode infectar de 12 a 17 outras pessoas. O risco é maior para crianças menores de 1 ano de idade que, se não tratarem a doença corretamente, pode resultar em um número elevado de complicações e até em morte”, pontua Vitória Todero Uliana, responsável pela Divisão de Imunizações da Secretaria Municipal de Saúde.