Professores da rede pública da cidade e região, bem como da área territorial de Cianorte, vieram ao Centro Cultural Vera Schubert para seminário voltado aos educadores com o tema “Sustentabilidade na Prática Pedagógica – O cuidado de si, do outro e do planeta”, promovido pela Itaipu Binacional com o apoio da Prefeitura de Umuarama. O ponto alto foi a palestra com o escritor, jornalista, ator e influenciador digital gaúcho Fabrício Carpinejar, um dos mais requisitados no país.
O teatro da Fundação Cultural ficou lotado para o evento, que se estendeu das 14h às 17h. Além de jornalista premiado, Carpinejar é professor e tem mais de 6 milhões de seguidores nas redes sociais. É um dos escritores mais reconhecidos no Brasil, com 51 livros publicados e mais de 20 prêmios literários.
O projeto da Itaipu tem foco na educação de qualidade, nas ações contra a mudança global no clima, parcerias e meios de implementação de projetos e principalmente na sustentabilidade. O assessor da Diretoria de Coordenação da binacional, Natalino Bastos dos Santos, que representou o diretor-geral Ênio Verri no seminário, explicou que o projeto faz parte do plano de expansão da Itaipu para atuação em todos os 399 municípios do Paraná – além de outras cidades no sul do Mato Grosso do Sul.
“O projeto amplia a visão estratégica da companhia, que além da missão de gerar energia limpa. Na esteira das preocupações ambientais, do manejo do lago da usina e da defesa da sustentabilidade está o cuidado com as pessoas e com o planeta”, explica o assessor. E para ampliar as ações diante dessa preocupação social, uma das iniciativas foi levar um seminário para professores com foco também no cuidado de si mesmo.
Para a direção da Itaipu, estando bem consigo mesmo o professor pode cuidar melhor dos alunos e desenvolver melhor os princípios da sustentabilidade, o que produz impacto positivo na preservação ambiental e, indiretamente, na qualidade do lago que movimenta as turbinas da usina, assegurando a geração de energia para o futuro.
O seminário percorre todo o Estado, dividido em 11 regiões, e também o vizinho Mato Grosso do Sul. Depois de Umuarama, Carpinejar levará suas ideias, vivências e conceitos para Guarapuava, Ponta Grossa e Francisco Beltrão, nos próximos dias. A secretária municipal da Educação, Mauriza de Lima Menegasso, e a primeira-dama Dulce Barreiros Pozzobom – representando o prefeito Celso Pozzobom – prestigiaram o evento, que teve apoio da Associação dos Municípios Entre Rios (Amerios) e ampla participação de professores da rede municipal de Umuarama.
Representantes de todos os municípios presentes ao seminário foram presenteados com o livro ‘Os caminhos da Educação Ambiental na Itaipu Binacional’. “É uma tarde memorável. Agradeço à Itaipu por estender suas ações ao Noroeste e outras regiões do Paraná. Em Umuarama já tivemos a carreta com a Expedição do Conhecimento, teatro com o ator Paulo Betti, um grande projeto de combate à dengue junto às escolas e agora este seminário. A educação é ferramenta de transformação e a Itaipu é uma parceira fundamental de nossa cidade”, afirmou.
Para a primeira-dama Dulce Pozzobom, é uma alegria receber o escritor Fabrício Carpinejar no mês do 69º aniversário da cidade. “Trago um abraço do prefeito Celso e um agradecimento à Itaipu por tantas ações pela qualidade de vida da população, um trabalho grandioso que vai além de gerar energia. Umuarama está de portas abertas para novas ações e parcerias”, apontou, parabenizando a todos os presentes e aos organizadores.
Mal contemporâneo
Dentro do ciclo “Governança participativa para a sustentabilidade”, que percorre cidades do Paraná, o escritor e professor Carpinejar levou ao público reflexões sobre o papel da educação na transformação social e na preservação do planeta. “Qual é o grande mau contemporâneo?”, questionou. “A pressa. A pressa gera grosseria, descaso. Se você tem pressa, não vai recolher o papel no chão ou limpar a areia quando sai da praia. Você acredita que está ganhando tempo com a pressa e não, você está perdendo o seu próprio mundo”, afirmou.
Para contrapor a correria, Carpinejar defende o cuidado (consigo mesmo, com o outro e com o planeta) e a gentileza, fugindo da armadilha de tentar fazer tudo ao mesmo tempo. “Precisamos recuperar uma visão monotemática. Como o mundo digital é veloz, abrupto e asfixiante, nós nunca estamos onde o nosso corpo está. É como se fossemos uma ausência permanente. Tanto que a gente está tendo dificuldades com a memória, não exercita mais a memória. Se você não tem memória, não tem saudade; a saudade é resultado da memória”, apontou.
“O objetivo desse ciclo é começar a construir uma cultura de defesa do meio ambiente e uma compreensão de que os professores são agentes dessa transformação”, afirmou Enio Verri, citando a crise climática, tragédias como as enchentes no Rio Grande do Sul e a urgência que o tema ganhou nos últimos anos. “Ninguém melhor que o professor para gerar as mudanças que o mundo precisa”, completou.